CLICK HERE FOR FREE BLOGGER TEMPLATES, LINK BUTTONS AND MORE! »

quarta-feira, 16 de março de 2011

Palavras


Palavras
O Rei Salomão disse que as palavras detém o poder da vida e da morte.  Isto é,
palavras vivificam. Palavras matam. Matam aos poucos.
Palavras matam aos poucos quando causam constrangimento: quem ouve quer 
se esconder ou desaparecer de vez, deixando claro que melhor seria se as tais
 palavras não tivessem sido pronunciadas.
Palavras matam aos poucos quando ferem: quem ouve sente uma dor como se 
alguém tivesse arrancado um pedaço seu, um pedaço da esperança, da confiança, da beleza.
Palavras matam aos poucos quando ofendem: quem ouve tem seu caráter questionado.
Palavras matam aos poucos quando geram distanciamento: quem ouve vai perdendo 
o prazer de estar perto de quem fala.
Palavras matam aos poucos quando desestimulam: quem ouve vai perdendo o pique,
 vai deixando de acreditar que vale a pena continuar lutando.
Palavras matam aos poucos quando desestabilizam processos: quem ouve começa a 
duvidar se está fazendo a coisa a certa, se vai chegar a algum lugar, se os outros estão
 igualmente comprometidos.
Palavras matam aos poucos quando impedem ou fazem morrer processos: quem ouve 
abandona tudo.
Palavras matam aos poucos quando promovem discórdias: quem ouve começa a 
se afastar de um/a e de outro/a, até ficar ilhado/a.
Palavras matam aos poucos quando alimentam enfermidades: quem ouve recebe 
uma bicada em sua ferida já quase cicatrizada, e quem fala bica-se a si mesmo/a.
Palavras matam aos poucos quando revelam doenças: quem ouve se denuncia, ao se 
dirigir ao outro mostra seu próprio desequilíbrio.
Palavras matam aos poucos quando desmascaram caráter: quem ouve percebe má fé, 
discerne maldade, e deixa de confiar em quem fala.
Palavras matam aos poucos quando suscitam isolamentos: quem ouve vai se afastando 
até que quem fala se vê sozinho/a, abandonado/a.
Palavras matam aos poucos quando espalham lama: quem ouve fica com a alma suja da 
sujeira do outro, o outro que falou ou o outro de quem se falou.
Palavras matam aos poucos quando caluniam: quem ouve passa a acreditar em mentiras.
Palavras matam aos poucos quando suscitam diligências: quem ouve tem que sair correndo 
atrás de apagar os incêndios causados por quem fala.
Palavras matam aos poucos quando diminuem: quem ouve acaba acreditando ser menor 
do que de fato é.
Palavras matam aos poucos quando iludem: quem ouve pensa que é verdade, quem fala
 acredita que é verdade, quem observa de longe lamenta dois enganados.
Palavras matam aos poucos quando expressam mentiras: quem ouve é traído, quem fala se condena.
Palavras matam aos poucos quando escondem Deus: quem ouve já não vê saída, 
quem fala está cego.
Palavras matam aos poucos quando induzem ao mal: quem ouve faz o que não imaginou
 que faria, e, depois de ter feito, lamenta e chora.
Palavras matam aos poucos quando são fúteis: quem ouve vai se cauterizando, 
se infantilizando, se alienando, até se perder da vida real.
Palavras matam aos poucos quando são gélidas: quem ouve vai ficando cínico/a, cético/a, 
amargo/a, até só enxergar o que não presta.
Palavras matam aos poucos quando se transformam em discursos: quem ouve, de tanto 
que já ouviu, já sabe de cor e salteado o que vai ouvir, até que já não ouve mais.
Fonte: IBAB de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário